segunda-feira, 25 de junho de 2018

Trilhas e montanhas lotadas? Cuidado!

Então, chegou o final de semana e vamos para montanha! No meio do caminho uma cena um tanto desastrosa: uma quantidade de pessoas exorbitantes na trilha ou já no cume da montanha!
Um local que era para buscarmos uma melhor qualidade de vida, ou mesmo, recarregar as energias, acaba sendo degradado por ações desrespeitosas ao ambiente.
Essa é uma realidade já frequente nas trilhas urbanas do país. Um exemplo disso, aqui mesmo no estado do RJ, a trilha da Pedra do Telégrafo é uma situação clássica e preocupante:

Pedra do Telégrafo (RJ). Fonte: TripAdvisor
As pessoas lotam essa montanha com a intenção única de uma simples foto pendurado em uma ponta de rocha, muitas vezes com a ideia de "tirar aquela onda" nas redes sociais, demonstrar coragem ou mesmo ir e fazer a foto porque todo mundo está fazendo... modesta parte, um pensamento imaturo e irresponsável! Reforço que trilha ecológica não é modinha nem moda!

Pedra do Telégrafo - Fonte: G1
A questão da preservação e conservação dos recursos naturais passa longe da cabeça e das atitudes dessas pessoas. A prática do hikking (caminhadas sem pernoite) ou trekking (caminhadas com pernoite) deve ser feita de forma respeitosa e com consciência ambiental. O bom senso deve permear nossas ações, seguindo sempre as boas práticas de proteção do meio em que estamos:
- Levar o seu lixo de volta;
- Não suprimir vegetação;
- Evite barulhos como: gritos, músicas e gargalhadas, principalmente dentro de uma mata!
- Não fazer suas necessidades básicas próximo de prais, rios, lagos e lagoas;
- Não alimentar animais;
- Não acender fogueiras;
- Não desenhar, cortar ou pichar nomes e símbolos em árvores, rochas e onde quer que seja no ambiente natural;
Essas regrinhas são só algumas que não precisariam estar descritas, penduradas e até mesmo em leis e regulamentos, visto que podemos faze-las utilizando apenas o BOM SENSO! Um pensamento que muitas precisam ressuscitar, ou mesmo adquirir!

Fonte: EthosMG

Destaco aqui que todo ambiente natural, para se manter equilibrado, tem um fator chamado limite de uso, que nas diferentes unidades de conservação engloba esse aspecto na chamada capacidade antrópica, que quando relacionado em ambientes propícios ao turismo ecológico deve ser levado em conta pelos guias e organizadores da atividade, como forma de garantir a integridade do meio físico e biológico do local, além de melhorar a experiência do caminhante e qualidade da visitação.

A superlotação antrópica nos ambientes naturais causam uma série de impactos que não são vistos na hora do planejamento das atividades nessas áreas naturais, dentre eles: a destruição de habitats, erosão, compactação do solo pelo pisoteio, redução da regeneração natural de espécies vegetais, a poluição de rios, lagos, lagoas e nascentes, contaminação de espécies animais e vegetais, dentre muitas outras que poderia estar elencando aqui.

Fonte: SlideShare
A vertente ecológica do turismo, o ecoturismo, é uma área que tem crescido bastante nos último anos, fomentando um mercado imaturo e despreparado para tal área. O simples desejo de altos lucros na condução de pessoas, muitas vezes não aptas às atividades ao ar livre, passa longe das normas ambientais, dos planos de manejo das unidades de conservação e das boas práticas de educação ambiental. É uma boa hora para empresas, técnicos, analistas, guias e condutores se unirem para fortalecer uma prática profissional alinhada com a sustentabilidade das atividades de ecoturismo, fazendo valer o respeito às áreas naturais, o uso consciente delas de maneira a favorecer sempre sua preservação e conservação.

Fonte: GEN Jurídico

Nenhum comentário: